Em setembro de 2001, os centros econômico e militar da nação mais poderosa da terra foram atacados. Aviões seqüestrados por terroristas chocaram-se contra o World Trade Center de Nova York e contra o Pentágono, situado orgulhosamente próximo do Congresso da nação. Tratava-se de algo inconcebível, inimaginável mias aconteceu. Muitos líderes religiosos da época, todos juntos em uma só voz, tentaram acalmar os cidadãos nervosos dizendo: Deus está no controle.
Fiquei perguntando a mim mesmo: do quê? A intenção das palavras era ajudar-nos a nos sentir seguros — do quê? Se pensamos realmente que edifícios podem ser destruídos daquela maneira pela vontade de Deus, então algo mais e pior poderia acontecer?
Ao afirmar o controle supremo de Deus sobre todas as coisas, ninguém estava atribuindo a ele responsabilidade pelos feitos perversos de outras pessoas. O holocausto, a fome na África e o terrorismo são adequadamente atribuídos à pura maldade e sobre os que fazem uso dela.
Assim também, cada caso de acidentes por embriaguez, abuso sexual, maledicência, negligência dos pais, gula, mentira, imoralidade sexual e covardia, estes em um nível menor de gravidade, enfim... Deus não pode ser acusado de qualquer dessas coisas. Por razões que não compreendemos bem, ele permite o mal, embora nunca seja a causa deles. Desastres "naturais" podem ser obra dele, mas não as escolhas pecaminosas de suas criaturas depravadas.
Quase todos concordam nesse ponto. Todavia, continuamos a insistir que Deus está no controle. O que queremos dizer com isso? O que deveríamos dizer? E que tipo de vantagem ou comodidade podemos extrair dessas afirmações?
Não posso sequer pensar numa resposta para essas perguntas, sem primeiro fixar com firmeza dois pensamentos em mente.
Primeiro, esta vida é apenas uma introdução para outra, para os seguidores de Jesus uma vida melhor. Se isso não fosse verdade, eu não abraçaria um alvo mais alto do que o alívio pessoal agora. Se esta vida é tudo que existe, não posso então reconciliar minha fé num Deus cheio de bondade e onipotente com minha experiência e observação do sofrimento. Se esta vida é tudo que existe, se ela termina com a morte sem uma existência consciente em outro mundo, a única resposta razoável e compassiva para o sofrimento é fazer tudo que pudermos para aliviá-lo. Todos, inclusive qualquer que seja o Deus existente, deveriam dedicar seus recursos a essa finalidade. Os que não fazem isso não são confiáveis e não agem de maneira correta. O que nos deixa num aperto. Se Deus existe e se está realmente no controle, fica aparentemente claro que ele não está fazendo tudo que pode para aliviar o sofrimento.
Mas, se esta vida não passar da sombra de uma era vindoura, então, é concebível que o sofrimento possa ter um ponto futuro que justifique a sua continuação a fim de realizar sua tarefa. Se o ponto futuro for eternamente bom e se esse bem não pode ser alcançado de outra forma, então posso continuar crendo em um Deus bom e poderoso, mesmo quando as pessoas sofrem. Esse é o primeiro pensamento.
O segundo é este: Deus está dedicando o seu poder a um plano que não valorizo adequadamente. Pergunte às pessoas qual a sua maior necessidade. Uma vez que nossa necessidade de bem-estar físico for satisfeita, atendemos mais aos desejos pessoais de famílias felizes, filas curtas, trabalho produtivo e bem pago, amizades íntimas, gasolina barata, satisfação profunda, filhos sadios, paz interior, café quente e prosperidade material. (Esse na maioria das vezes tem sido a ênfase do evangelho pregado)
Queremos a vida melhor e confiamos em Deus para garanti-la. Afinal de contas, ele está no controle. Ele pode dar-nos tudo.
A única pergunta é: ele fará isso? Começamos, então, a persuadi-lo a usar o seu poder a nosso favor. Tentamos fazer as coisas certas para que a vida funcione bem.
Cremos que a nossa maior necessidade é sermos felizes, seguros e satisfeitos. Cremos, bem no fundo, que merecemos o que quer que em nossa opinião necessitamos.
Precisamos disso. Deus deve então prover. Esse é o seu trabalho. Não podemos imaginar um Deus bom cumprindo qualquer agenda além de satisfazer as nossas necessidades, assim como meu filho de um ano fica choramingando quando a mãe não o deixa brincar com uma faca. Ele a quer. Deve te-la. É assim que ele pensa. E nós também.
Não há nada de errado em desejar vôos seguros, casamentos perfeitos e uma renda satisfatória e folgada. Mas nenhuma dessas coisas, nenhuma de nossas esperanças de uma vida melhor de bênçãos, representa a agenda prioritária de Deus. Não precisamos ser protegidos do sofrimento físico ou da dor pessoal. Não precisamos ser ricos ou sequer saudáveis. Só precisamos ser protegidos de qualquer poder que se oponha ao plano de Deus para as nossas vidas. E nós somos!
Por que é que Deus está no controle? Para verificar que nada contrarie o plano que ele tem para o seu povo. Qual é esse plano? Dar-nos uma vida melhor agora, como a definimos? Não. É revelar-se como o maior tesouro que o coração humano pode imaginar, atrair pessoas a um relacionamento com ele que deleite absolutamente suas almas. Esse é o Plano.
Quando Roma mostrou-se vulnerável, Agostinho escreveu A Cidade de Deus. Ele descreveu duas cidades, uma feita pelo homem, a outra por Deus. Seu ponto central era que Deus está no controle da construção da sua cidade, seu reino, e está fazendo tudo que é necessário para povoar essa cidade com cidadãos que o amem acima de tudo. O fato real que nós, modernos, temos problema em compreender é que Deus não está colaborando com nossa agenda para tornar este mundo seguro e maravilhoso para morar. Construir a cidade do homem é o nosso propósito e não dele. Não podemos dizer: "Deus está no controle", como se isso significasse a ajuda dele na construção de nossa cidade.
Deus, porém, está no controle do que ele quer realizar. Ele está se movendo através de toda a história, por meio dos terremotos e piqueniques, do terrorismo e dos jantares da igreja, dos divórcios e festas de aniversário, na direção de uma só coisa: o seu PROPÓSITO. E vai executálo. Terá um povo que vai considerá-lo o maior, que dará valor ao conhecê-lo, adorá-lo e servi-lo acima de todas as outras bênçãos.
Esse é o seu propósito. Ele está no controle. Seu propósito será alcançado. Nem Osama bin Laden, nem eu poderão bloquear o seu caminho.
Sinto um grande peso de ser indiscutivelmente claro: Não podemos contar com Deus para nos proteger do sofrimento de qualquer espécie ou medida. O maior mal pode acontecer ao melhor cristão. Mas podemos contar com Deus para nos capacitar a aproximar-nos dele, aconteça o que acontecer, e, finalmente, a experimentar profunda alegria ao fazer isso.
Se estivermos vivendo para qualquer outro objetivo, se dermos valor supremo à vida melhor, não somos seus discípulos. Estamos nos reprimindo em não seguir o Espírito Santo. Estamos colaborando com o mundo, a carne e o diabo em oposição ao seu Plano, e o poder irá transformar-nos ou destruir-nos.
Se formos, no entanto, seus discípulos, se suspirarmos por Deus como a corça pela água, se buscarmos apenas uma coisa, contemplar a beleza do Senhor por acreditarmos que prazer incomparável pode ser obtido na comunhão com ele, encontramo-nos então na jornada espiritual. Aprenderemos a depender radicalmente do Espírito Santo. E, ao fazermos isso, experimentaremos milagres; vamos testemunhar em nossas vidas o poder sobrenatural do Deus que está no controle de todas as coisas.
Juliano Fabricio
Anônimo disse...
Gostaria de dizer que a fé de cada um, é de cada um, não são iguais e cada qual tem sua a integridade e fidelidade para com ELE, cada mente tem os seus próprios pensamentos, à sinceridade de cada coração só é de cada coração, até as digitais de cada um é diferente no homem, por isto é que cada um prestara conta de sí, o folego de vida é igual mas na realidade`a vida de cada um é diferente, pensamentos diferentes e situações de vidas diferentes, mas Deus é o mesmo para com todos e no viver de cada um e forma de pensar de cada um, prestara conta de sí.