Classificar a vida como “sagrada” e “profana” prejudica, às vezes de modo irreparável, qualquer tentativa de promover uma vida integral e que cause satisfação, uma vida consistente de sentido e propósito, vivida para a glória de Deus. Contudo, isso é muito comum. Mas, de onde tantas pessoas tiraram o hábito de separar sua vida da vida do mundo ao redor, vivendo entre duas esferas? Certamente, não foi da Bíblia. As Sagradas Escrituras, do início ao fim, resistem categoricamente a esse tipo de separação.
O pior prejuízo se dá quando essa separação se aplica ao trabalho diário. é comum falarmos do trabalho de pastores, sacerdotes e missionários como “sagrado”, enquanto advogados, agricultores e engenheiros realizam trabalho “secular”. Mas isso também está errado.
O trabalho, por natureza, é sagrado. A história é repleta de pessoas que trabalharam na agricultura, na criação de animais, no serviço militar, na política, na carpintaria, na fabricação de tendas, no trabalho doméstico, na pesca e assim por diante.
Neemias é um desses. Ele começa como oficial o governo a serviço de um rei estrangeiro. Depois, se torna empreiteiro chamado para reconstruir os muros de Jerusalém, trabalho que ele nos relata. Esdras, seu cooperador, era um estudioso e mestre que se dedicava às Escrituras. Neemias trabalhava com pedras e argamassa. A história desses dois homens estão entrelaçadas num tecido sem emendas de vocação sagrada. Neemias precisava de Esdras; Esdras precisava de Neemias. O povo de Deus precisava de ambos. Hoje, continuamos precisando dos dois tipos de trabalhos.
Eugene Peterson em A Mensagem via