Eugene Peterson – propõe interessante reflexão acerca da oração.
Estamos num restaurante para um jantar íntimo. Pouca luz, pouco barulho, em nossa mesa parece que estamos sós. Há sim outras pessoas, mas não se pode distinguir as palavras assim como também as nossas pouco podem ser ouvidas por outros. De vez em quando o garçon vem nos servir, perguntar se tudo está ok. Sentado a mesa estou eu e, do outro lado, Deus.
Ele me ouve, eu o ouço.
“O ato de orar implica atenção àquele que nos escuta assiste”.
Há momentos de falar e escutar. Há outros de completo silêncio: cheios de significado.
Por outro lado, há o tipo mais comum de oração. Os detalhes são os mesmos. A luz, a proximidade. Sento eu, mas do outro lado não Deus. Jantamos eu e o Ego.
Deus é essencial, mas periférico. Nesta ilustração Deus é o garçon. Ele é alguém para quem dou ordens, ou faço pedidos. “Sem pickles, por favor”. A pessoa que absorve é o Eu, suas ideias, seus interesses, suas satisfações.
Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para gastardes em vossos deleites.
Eugene Peterson – Ânimo, capítulo 8.