Jesus acusou os fariseus por duas sérias restrições ao amor.
Naturalmente eles criam no amor. Todas as pessoas crêem no amor. Sim, mas não o amor por aqueles que os tenham maltratado, e nem tampouco o amor pelos gentios intrusos. O espírito do farisaísmo continua difuso. É o espírito da vingança e do racismo.
O primeiro diz: "Eu amo gente agradável, que não faz mal a ninguém, mas não vou me calar diante daqueles que me prejudicam."
O segundo diz: "Eu amo meus amigos e parentes, mas não esperem que eu ame quem eu não conheço."
Na verdade, Jesus espera que os seus discípulos façam exatamente aquelas coisas que as pessoas acham que não podem ser esperadas de ninguém que tenha a cabeça no lugar. Ele nos convoca a renunciar a todas aquelas restrições convenientes que gostamos de impor ao amor (especialmente a vingança e o racismo), para amarmos de maneira todo-inclusíva e construtiva, como Deus.
Enfim...É um fruto novo que exibe a novidade da árvore, vida nova desabrochando da nova natureza.
Portanto, não temos liberdade para esquivar-nos ou fugir das sublimes exigências da lei. Esquivar-se à lei é um passatempo dos fariseus; a característica dos cristãos é um ávido apetite para a justiça, uma contínua fome e sede dela. E esta justiça, quer seja expressa na pureza, na honestidade ou na caridade, demonstrará a quem pertencemos. Nossa vocação cristã não ê para imitar o mundo, mas o Pai. E é por meio dessa imitação que a contracultura cristã se torna visível.
Alfred Plummer resumiu como admirável simplicidade:
"Retribuir o bem com o mal ê demoníaco;
retribuir o bem com o bem é humano;
retribuir o mal com o bem é divino."
Juliano Fabricio
Relendo o sermão do monte