Pois bem, se você se encaixa neste perfil, meu amigo(a), o que você precisa ouvir é que a motivação legítima para abandonar a instituição deve ser:
A custosa consciência de não ser melhor do que ninguém, e não a gostosa conclusão de ter alcançado maior compreensão do que alguns;
A insana disposição de abraçar a comunhão com todos, não a elite com uns poucos; deve nascer de uma nova capacidade de encontrar sensatez em todas as tradições religiosas, e não de uma velha habilidade de apontar adequadamente os defeitos da sua.
Deve estar: relacionada à vontade de abrir todas as portas, e não ao alívio de ver fechada uma. Antes de decidir deixar de fazê-lo, é preciso sacar que frequentar uma igreja é provavelmente o menor dos seus problemas.
A verdade, incrivelmente, é que Jesus não veio libertar você ou quem quer que seja daquilo que costumo chamar de igreja formal ou institucional.
Ele deixou claro, e disso não deve haver dúvida, que cada seguidor seu deve ser capaz de abraçar simultaneamente o peso da liberdade e a graça da responsabilidade.
Ele chegou a dizer que este seria um caminho estreito, adotado por poucos ou com muito custo, mas não chegou a dizer onde o caminho levaria ou o que exigiria, provavelmente porque cada um teria de encontrar sua própria resposta, e no final haveria uma resposta para cada pessoa.
Ele sem qualquer dúvida denunciou espetacularmente as armadilhas e tentações da religiosidade formal e mostrou-se invariavelmente pronto a criticar os religiosos profissionais em sua missão autoimposta e diabólica de semear a culpa e endossar a opressão.
Por outro lado, e deve ser a hora de enfatizarmos isso, Jesus não chegou a convidar uma única pessoa, fosse um judeu trêmulo ou um carola romano pagão, a abandonar ou rejeitar sua própria tradição religiosa.
A tremenda singularidade dos evangelhos não está na revelação de que Deus não exige os sacrifícios da religiosidade e não encontra prazer neles; isso os profetas haviam deixado suficientemente claro quatrocentas páginas antes. A reviravolta trazida pelo exemplo, pela palavra e pela pessoa de Jesus é, como em tudo que diz respeito a ele, ao mesmo tempo mais exigente e mais sutil; é ao mesmo tempo mais pessoal e mais universal. Jesus não veio libertar o homem religioso das instituições religiosas, veio libertar a humanidade inteira de um paradigma ainda mais debilitante e infantilizante, de uma visão de mundo.
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E estou inteiramente convicto (e já devo ter deixado suficientemente clara essa posição) de que a fidelidade de uma pessoa ao ensino, à herança e às expectativas de Jesus não tem nenhuma relação com a assiduidade da participação dessa pessoa nas atividades de uma agremiação religiosa de sua escolha. Fica a dica!!!
Enfim... concordo com as palavras do Paulo Brabo:
“POR QUE IR À IGREJA É O MENOR DOS SEUS PROBLEMAS”
Lido, mastigado, remoído e claro... surrupiado do @saobrabo
Texto original aqui