A questão é simples:
Por que tratar de meus próprios erros, quando posso enfocar os erros alheios?
Eis o nosso lado acusador...
Eu posso ser mau, mas desde que consiga encontrar alguém pior, estou salvo.
Alimentamos e exaltamos nossa pouco bondade com as faltas dos outros. Se auto indica como o queridinho do professor na escola primária. Tagarela sobre o trabalho malfeito dos outros, esquecendo-se do zero em sua própria folha. Ele é o cão de guarda da vizinhança, mandando as pessoas porem em ordem as suas vidas, mas nunca notando o lixo em sua própria calçada.
“Venha, Deus, deixe-me mostrar-lhe as más ações de meu vizinho” — convida o moralista.
Deus, porém, não o segue até o vale.
“Portanto, és inescusável quando julgas, ó homem, quem quer que sejas, porque te condenas a ti mesmo naquilo em que julgas a outro; pois tu que julgas, fazes o mesmo” (Rm 2.1).
Esse é um golpe baixo, e Deus não cairá nele.
Se você “acha que pode julgar os outros” (Rm 2.1), Paulo tem um duro lembrete a você.
Não lhe cabe a função de segurar o martelo.
“E bem sabemos que o juízo de Deus é segundo a verdade sobre os que tais coisas fazem” (v.2).
Como escreveu John Stott: “Este (versículo) não é uma intimação a suspender nosso senso crítico, ou renunciar toda censura e reprovação a outros, como algo ilegítimo. É, antes, a proibição de nos levantarmos em julgamento à outra pessoa e condená-la (como seres humanos, não temos o direito de fazê-lo), especialmente quando falhamos em julgar a nós mesmos. ”
Cabe a nós odiar o pecado. Mas tratar com o pecador é tarefa de Deus.
Ele convocou-nos a desprezar o mal; porém jamais ordenou que desprezássemos o malfeitor.
Contudo, oh, como gostaríamos de fazê-lo! Existe algo mais deleitável que julgar os outros? O que daria mais satisfação que vestir a toga, sentar-se atrás da mesa, fazer soar o martelo e declarar: “Culpado!”?
Além de que, julgar os outros é um modo fácil e rápido de sentir-nos bem com nós mesmos.
Juliano Fabricio
Lembrete:
Razão 1: Não Somos Bons o Bastante
Razão 2: Não Sabemos o Bastante
*Abaixo deixo uma sugestão para quem ainda insiste em julgar: