Conversando esses dias com um suposto amigo, ele me fez essa pergunta:
“Como é que você se definiria? ”
Eita pergunta impossível de ser respondida!
[Porque definir, como o próprio nome está dizendo, vem do latim finis, fim ]
Definir é determinar os limites.
[Como determinar limites e querer definir uma vida que passa por mim, se encontra com a da minha esposa e ramifica sei lá até quando pela vida dos meus filhos.... e por ai vai...]
Eu sei lá quais são os meus limites! Para respondê-lo, eu teria de encontrar uma frase que não fosse definição, que apontasse para o sem limites.
Ai eu recorri ao Rubem Alves que em um dos seus livros citou a frase que o Robert Frost escolheu para sua lápide e disse que aquela era a sua. Quero que seja a minha também:
“Ele teve um caso de amor com a vida”
[Quero que estas sejam as palavras na minha lápide ]
E pra terminar porem ainda sem uma definição, segue uma bela citação da Clarice Lispector:
“Não me prendo a nada que me defina.
Sou companhia, mas posso ser solidão.
Tranquilidade e inconstância, pedra e coração.
Sou abraços, sorrisos, ânimo, bom humor, sarcasmo, preguiça e sono.
Música alta e silêncio. Serei o que você quiser, mas só quando eu quiser.
Não me limito, não sou cruel comigo!
Serei sempre apego pelo que vale a pena e desapego pelo que não quer valer…
Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato.
Ou toca, ou não toca. ”
Faço das palavras da Clarice as minhas
Ps: Tem muita gente por ai me definindo... Eu acho uma perda de tempo.
Juliano Fabricio
Tendo um caso de amor com a vida.