Fazia tempo que não lia uma daquelas reportagens boas de verdade, que fazem você parar e refletir sobre o futuro desta geração que estamos criando.
A revista Time publicou no mês de maio um artigo fantástico sobre a "Geração me me me".
A reportagem me deixou com aquela dorzinha de estômago típica de quem sentiu o chapéu servir, em muitos aspectos. Vamos as minhas observações:
A revista aponta os nascidos entre 1980 e 2000 como narcisistas, preguiçosos, alienados e "gente boa", no sentido pejorativo da coisa. Lógico que sabemos que é uma generalização, mas me diga se você conhece muita gente assim, do seu círculo de amizades?
♥Narcisistas
Eu culpo o Steve Jobs por isso, pois desde que o smartphone foi criado, todos nós viramos narcisistas de uma maneira ou outra. Bota a mão aqui quem já virou o ângulo da cãmera para bater uma foto sua e depois de 17353 fotos iguais você finalmente optou pela mais bonita para colocar no seu Instagram, Facebook ou blog. Eita, viu? É a pura verdade.
É um tal de vejam a minha roupa linda, as minhas unhas lindas, a minha casa linda, a comida linda do restaurante que eu frequento, se formos parar e pensar é ridículo demais, mas todos nós fazemos isso e como todos fazem, nem nos damos conta e achamos tudo normal.
Eu também faço isso, o chapéu fica lindo em mim! Sem medo de admitir as nossas faltas, não é mesmo?
Não acredito que exista voltar no tempo e não usar mais a tecnologia que temos disponível hoje, seguiremos narcisistas, mas podemos, quem sabe, nos dar conta disso e tentarmos cortar um pouco este impulso.
♥Preguiçosos
A revista conta que em meados dos anos 90 80% das pessoas queria ter um cargo de responsabilidade, mas ninguém queria começar de baixo para chegar lá. Acho uma graça quando todos querem ser gerentes mas ninguém quer começar devagarinho, aprendendo, engolindo sapo e trabalhando pesados em empregos menos glamourosos.
A nossa geração espera as coisas cairem do céu, de pára-quedas, mas sabemos que nada caiu do céu, pois nada acontece se você não acordar cedo e for trabalhar. A preguiça é para estudar, para levantar cedo e trabalhar, somos uma geração bem preguiçosa mesmo, uma pena que seja assim.
♥Gente Boa
Achei bem interessante este ponto da revista, antigamente as pessoas se dividiam em 50% otimistas e 50% pessimistas, mas hoje o que vemos publicado na internet é 90% de otimismo. A revista aponta a personalidade #deboa para explicar que ao menos, apesar dos outros defeitos, a geração me me me é mais liberal quanto as diferenças e a minoria.
♥Alienados
Ahhhh isso eu não sou. Eu sou 100% atualizada em tudo! Eu leio diariamente as notícias. Sei de tudo o que acontece, nem que seja superficialmente. Sei os tópicos sobre política e economia (embora as vezes não entenda direito, mas tô por dentro), me interesso pelas descobertas científicas, pois é um assunto que minha esposa gosta e discutimos seguidamente, adoro a parte de cultura e estou sempre por dentro dos lançamentos de livros e filmes.
Eu confesso que tenho birra de gente que diz: "Eu não leio notícia pois só tem coisa ruim."
Há controvérsias. Se me deparo com tragédia demais no jornal, é opção minha pular aquela matéria ou não, mas simplesmente deixar de ler um jornal por dia por causa de tragédia não é desculpa. Você estará deixando de se informar sobre o restante dos 90% das matérias.
E outra, gente que não lê não tem papo, sabemos disso, a pior coisa é tentar conversar com alguém que não sabe nada, não está por dentro de nada, fica a sensação de ter que ficar procurando assunto para falar, pois qualquer coisa que se aborde o assunto morre em 20 segundos.
Fica a dica.
♥Ansiosos
Confesso... eu sou um pouco ansioso. Fato. Esta ansiedade toda é reflexo da correria atual. Reclamam que somos preguiçosos e alienados, mas temos que se virar nos 30 para dar conta de casa, filhos, trabalho, etc...hahahaha.
A revista define assim a " geração me, me, me" ou "Millenium" como chamam:
♥Otimistas
♥Abraçam o sistema
♥Mais pragmáticos, menos sonhadores
♥Vivem em um mundo sem grandes líderes políticos
♥Obsecados por celebridades
♥Acreditam em Deus, mas não são ligados a idéia de religião
♥Sofrem de maneira aguda a não estarem atualizados (mas não quanto as notícias reais, e sim as do Facebook e Instagram)
♥São bem informados, mas escolhem ser inativos
♥Amam seus Smartphones
CONCLUSÃO:
Eu já sou velho para mudar na minha essência, posso aparar uns comportamentos duvidosos aqui e ali, mas a minha missão é não permitir que meus filhos crescam com este pensamento "me me me" desde cedo na vida. Se isso acontecer daqui 15 anos, ok, é mais difícil controlar um filho na adolescência, mas quero ensinar aos meus filhos HOJE a serem seres humanos informados mas dentro de um limite aceitável.
♥Ensiná-los a usarem a tecnologia, mas não ser dependente dela (menos Ipad, mais brincadeiras),
♥Não encorajar eles serem vaidosos....eles são naturalmente,
♥Ensiná-los a não serem preguiçosos,
♥Ensiná-los a fazerem algumas tarefinhas em casa para fazer parte da família que contribui ativamente no funcionamento da casa.
Eu é minha esposa já comecamos a ensiná-los a nos ajudarem a botar as roupas no cesto, eles tem que juntar os brinquedos que jogam pelo chão (na nossa casa não existe brinquedos pelos chão, tudo é guardado e organizado, na medida do possivel) e ontem me dei conta que o nossos projetos de gente a cada dia se superam. Devagarinho vamos adicionando mais tarefas na listinha deles.
E aí? Como podemos lutar contra isso e ajudar nossos filhos pequenos a crescerem mais voltados ao nós e não tanto ao me?
Leia na íntegra na revista. (via)




