Já dizia o Sócrates (o filosofo e não o jogador):
"Viver desatentamente é viver indignamente".
Sustentar-nos na consciência da presença do Jesus ressurreto é uma decisão custosa que requer mais coragem do que inteligência. Percebo em mim uma tendência a cair em desatenção, a desfrutar, sozinho, de algumas coisas, a excluir Cristo, a estreitar experiências e relacionamentos para mim mesmo. Exacerbado por aquilo que já se chamou de "agnosticismo da desatenção", a falta de disciplina pessoal contra o bombardeio da mídia, a leitura superficial, as conversas estéreis, a oração negligente e a subjugação dos sentidos, a consciência do Cristo ressurreto se atenua. Assim como a falha em dar atenção debilita o amor, a confiança e a comunhão num relacionamento humano, a desatenção ao eu verdadeiro, escondido com Cristo em Deus, obscurece a consciência do relacionamento divino. Como diz o velho ditado: "Espinhos e cardos obstruem o caminho não trilhado". Um coração outrora verdejante torna-se uma vinha devastada.
Quando desconecto Jesus da minha consciência por olhar para outro caminho, meu coração é tocado pelo dedo gélido do agnosticismo. Meu agnosticismo não consiste em negar um Deus pessoal; é a descrença que se desenvolve como líquen, por causa da desatenção à presença sagrada. A maneira como uso meu tempo e dinheiro, e como interajo com outros testemunha rotineiramente sobre o grau de minha consciência ou de sua ausência.
Com o passar dos anos me convenço, cada vez mais, de que a disciplina da consciência da presença do Jesus ressurreto está intimamente ligada à recuperação da paixão.
Juliano Fabrício na série #provocações
Lendo BRENNAN MANNING
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