Uma das diferenças de postura entre o Jesus dos evangelhos e o cristianismo institucional está em que Jesus não esperava de alguém que não fosse seu seguidor que vivesse de acordo com os seus ensinamentos e critérios.
Ele não pedia de alguém que não via o mundo como ele via que vivesse do modo como ele sugeria.
Jesus na verdade desencorajava ativamente os que tinham pretensão a ser seus seguidores, deixando claro que viver do modo como ele estava sugerindo requer uma ousadia colossal e um esforço sobre-humano.
O cristianismo, ao contrário, espera continuamente do resto do mundo que opere a partir dos seus ensinamentos e critérios.
Como se fosse legítimo – como se fosse de algum modo “cristão” – exigir de quem não vê o mundo como você vê que viva do modo que você acha importante.
A façanha está em que os cristãos exigem dos outros que operem a partir dos seus critérios (digamos, o casamento é uma instituição divina), enquanto eles mesmos não operam a partir dos critérios de Jesus (digamos, todos são culpados de inconsistência sexual; digamos, bem-aventurados os pobres, ai dos ricos; digamos, se não querem ser condenados, não condenem).
Juliano Fabricio
fuçando com todo carinho o estoque do Paulo Brabo