Tem certas perguntas na Bíblia que não são fáceis de serem respondidas. Esta que Deus faz a Jonas é uma delas: E não hei de eu ter compaixão da grande cidade de Nínive em que estão mais de cento e vinte mil homens que não sabem discernir entre a sua mão direita e a sua mão esquerda, e também muitos animais?
Jonas é um controlador. Ela controla sua própria vida e quer também controlar Deus.
Jonas é um justiceiro. Ele sabe o que é justo e discorda da justiça de Deus.
Jonas é preconceituoso. Ele sabe quem é bom e discorda da não acepção de pessoas de Deus.
Jonas é impiedoso. Ele sabe que merece ser salvo e discorda do projeto salvador de Deus.
Então, finalmente, Deus lhe pergunta: Jonas, posso amar quem eu quero? Posso perdoar quem eu quero? Posso ter misericórdia de quem eu quero?
Para mim, o mais interessante de tudo isso é que Deus não deu chance ou não teve paciência de ouvir a resposta do profeta. O livro termina com a pergunta e a resposta fica no ar e está no ar até hoje.
Jonas é o nosso espelho. Ele representa a todos nós. Representa nossas igrejas, nossos pastores, nossos líderes, nossos comitês missionários, representa aquela mulher “piedosa” que fiscaliza a todos, aquele jovem mais crente que os outros jovens, aquela pessoa que fica entregando os crentes pecaminosos para o pastor. Ele representa a nossa inútil pretensão de colocar Deus numa jaula e domesticá-lo de acordo com os nossos pareceres.
A igreja de hoje pode se preparar porque vai aparecer muita gente, mas muita gente mesmo para ela amar. O que tem de ninivita para ser salvo não é brincadeira. Vamos ver como os nossos Jonas e nossas Joanas vão se comportar. Como vão responder a milenar perguntinha: Posso amar quem eu quero amar?
Juliano Fabricio