O silêncio na hora certa é ótimo. Porém, na hora errada é uma tragédia! Em algumas famílias impera hoje a lei do silêncio: não há conselhos, nem sugestões, nem admoestações e muito menos diálogo. Pais e filhos não trocam experiências, não desenvolvem o básico de qualquer relacionamento, que é exatamente a conversa. Por algum motivo quase inacreditável nos acostumamos com o silêncio e hoje somos capazes de ficar dias sem manter um diálogo profundo, sem compartilhar nossos problemas reais e sem pedir uma opinião acerca dos nossos dilemas cotidianos.
O silêncio é ruim para toda a família, mas pior para os pais, pois cabe a eles o ensino de seus filhos (Deuteronômio 4:9; Efésios 6:4). O silêncio dos pais é nocivo por vários motivos, dentre eles:
1. O SILÊNCIO PODE SIGNIFICAR APROVAÇÃO
Alguns pais pensam enganosamente que seu silêncio será interpretado como desaprovação, mas em geral o que acontece é o contrário. Não basta fazer cara feia: é preciso expor a verdade. Temos na bíblia um verso muito claro sobre isso: “Ensinai-me, e eu me calarei; e fazei-me entender em que errei.” (Jó 6:24). Os filhos precisam ser advertidos de seus erros. O dito popular “quem cala consente” é uma verdade na estrutura psicológica dos filhos. Conheço casos em que os filhos foram enfáticos: “Meu pai nunca disse nada contra…” Se você não sabe como falar, como abordar o assunto, como se aproximar do seu filho, siga a orientação bíblica, pedindo sabedoria a Deus: “E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos da liberalmente, e o não lança em rosto, e ser-lhe-á dada.” (Tiago 1:5).
2. O SILÊNCIO PODE SIGNIFICAR FALTA DE INTERESSE
Quando os pais se calam, os filhos se sentem livres para agir conforme o seu próprio discernimento. É como se os pais não tivessem interesse por eles, não se importassem com seu futuro e não estivessem preocupados com o perigo que corriam. Não resolve ficar sem dormir ou sem comer por causa da atitude de um filho: é necessário demonstrar que você está interessado em ajudá-lo, é necessário quebrar o silêncio. Um filho contava que durante anos chegou bem tarde em casa, sabia que seus pais o esperavam acordados, mas nunca disseram uma palavra. Este filho achava que seus pais se incomodavam apenas com o horário da chegada e não com os perigos que ele enfrentava à noite. Como diz provérbios, “A boca do justo produz sabedoria em abundância…” (Provérbios 10:31). Demonstre seu interesse sincero: fale, converse, apresente a sabedoria de Deus a seus filhos!
3. O SILÊNCIO PODE SIGNIFICAR FRAQUEZA ESPIRITUAL
Quando os pais crentes se calam em relação aos pecados de seus filhos estão demonstrando fraqueza espiritual. É como se dissessem: “Deus proíbe, mas faça: eu aprovo!”. O não confrontar os filhos com a verdade de Deus é uma incoerência espiritual: “Se é verdade, porquê meu pai não diz nada a respeito?”, pode perguntar um filho. O pai que se cala perde uma grande oportunidade descrita em Tiago 5:20 – “Saiba que aquele que fizer converter do erro do seu caminho um pecador salvará da morte uma alma, e cobrirá uma multidão de pecados.” – Veja bem, o texto fala sobre um “pecador”. Filhos também pecam, e precisam ser advertidos disso. A advertência de um pai pode salvar um filho, por outro lado o silêncio dos pais pode matar, pode fazer alguém perder-se para sempre.
É momento de quebrar o silêncio. Você já conversou com seus filhos sobre sexo, drogas, trabalho, namoro com não crentes e outros dilemas do cotidiano? Você tem aprovado ou reprovado os pecados de seus filhos? Peça sabedoria a Deus e converse. Que você nunca possa ser julgado por ter se calado, por ter se limitado a discordar no silêncio. Munido da palavra de Deus, conforme 2 Timóteo 3:16, sente-se hoje para conversar com seus filhos e que Deus abençoe você.
Milton Paulo - vineyardcafe