Cresci na igreja e ouvi histórias maravilhosas acerca de Jesus que cativaram minha imaginação durante toda a minha infância. Depois, durante meus anos de adolescência, após um breve, porém intenso período de dúvidas passei a ficar intrigado com Jesus de uma forma mais madura, e comecei a me questionar sobre o que significava ser um autêntico seguidor de Jesus em minha vida diária. Durante a faculdade e até a minha formatura, embora tenha passado por períodos de questionamento, de ceticismo e de desilusões, retive minha confiança de que Jesus estava de algum modo certo, de que era de fato real e de que viera de Deus, ainda que adeptos como eu e religiosos que levavam seu nome de maneira confusa e imprecisa quase sempre se mostrassem exemplos frustrantes.
Porém como ser humano venho mantendo uma última e interminável obsessão:
...a fascinante, misteriosa, inesgotável, incontrolável, enigmática, vigorosa, surpreendente, encantadora, deslumbrante, sutil, honesta, genuína e explosiva personalidade de Jesus.
O retrato de Jesus que encontro no Novo Testamento não se encaixa com a imagem do Cristianismo projetada pelas instituições religiosas, pelos tele-evangelistas neopentecostais, pelos apresentadores de programas religiosos na mídia e, algumas vezes, pelas minhas próprias atitudes.
Portanto, estou em uma jornada, em uma busca. Pode ser que a chamem de jornada da dúvida, porque eu tenho duvidado de algumas das formas convencionais de se compreender Jesus e sua mensagem. Pode também ser chamada de uma jornada de fé, porque o meu questionamento surgiu a partir de uma profunda convicção de que, seja qual for o significado da essência da mensagem de Jesus, ela é verdadeira e digna de ser conhecida, de que mesmo que venha a transtornar algumas de nossas suposições convencionais, nossas prioridades, nossos valores e nossa prática, uma melhor compreensão terá valido a pena o desconforto momentâneo.
Não seria interessante se as pessoas que começassem a desvendar e a crer na mensagem essencial de Jesus fossem pessoas que nem mesmo são identificadas como cristãs? E não seria trágico se as pessoas como eu mesmo, identificadas como cristãs, não estivessem dispostas a considerar a possibilidade de que têm mais a aprender (e a desaprender) acerca da mensagem de Jesus?
Lembrando que Ele pode ser o maior refúgio ou o maior perigo, dependendo de como reagimos a Ele. Será que temos reagido bem?
Deixo algo do C.S Lewis para pensarmos:
"Ele é o nosso único alento,mas também o nosso terror supremo; é a coisa de que mais precisamos, mas também da qual mais queremos nos esconder. E nosso único aliado possível, e tornamo-nos seus inimigos. Certas pessoas parecem pensar que o encontro face a face com o Bem absoluto seria divertido. Elas devem pensar melhor no que dizem. Estão apenas brincando com a religião. O Bem pode ser o maior refúgio ou o maior perigo, dependendo de como reagimos a ele. E temos reagido mal."
Juliano Fabricio
...meditando em
minha nada mole jornada