John Stott, no seu livro Contracultura Cristã, acerca do Sermão do Monte, diz que "provavelmente, a maior de todas as tragédias da Igreja através de sua longa história, cheia de altos e baixos, tem sido a sua constância de conformar-se à cultura prevalecente, em lugar de desenvolver uma contracultura cristã."
Penso que ser e caminhar em contracultura não significa propriamente andar em contramão com a cultura do nosso tempo como se ela fosse, por si só, antagónica à fé cristã. Também não implica criar um nicho-pseudo-sagrado de cultura "sacro-gospel" separada de tudo o que é mundano, "porque então vos seria necessário sair do mundo", como bem diz Paulo. Aliás, eu não sei qual dos dois erros é o mais grosseiro: se caminhar em negação com a cultura do nosso tempo ou promover a loja mágica da cultura gospel em cada canto.
Gosto daquela frase de C. S. Lewis, “O mundo não precisa de mais autores escrevendo livros cristãos, o mundo precisa é de mais cristãos escrevendo livros.” O não-conformismo que Stott fala, não implica a negação da cultura, antes a divulgação, no dizer Kuhniano, do novo paradigma extraordinário e revolucionário, que jorra das Palavras do Mestre, no Monte. Creio que a contracultura cristã acontece quando salga e ilumina a cultura contemporânea prevalecente. Acontece quando cada cristão vive e pratica o ideário de Jesus naquilo que diz e faz, todos os dias. É ser um discípulo de Cristo no meio da multidão desgarrada e errante.
Penso que ser e caminhar em contracultura não significa propriamente andar em contramão com a cultura do nosso tempo como se ela fosse, por si só, antagónica à fé cristã. Também não implica criar um nicho-pseudo-sagrado de cultura "sacro-gospel" separada de tudo o que é mundano, "porque então vos seria necessário sair do mundo", como bem diz Paulo. Aliás, eu não sei qual dos dois erros é o mais grosseiro: se caminhar em negação com a cultura do nosso tempo ou promover a loja mágica da cultura gospel em cada canto.
Gosto daquela frase de C. S. Lewis, “O mundo não precisa de mais autores escrevendo livros cristãos, o mundo precisa é de mais cristãos escrevendo livros.” O não-conformismo que Stott fala, não implica a negação da cultura, antes a divulgação, no dizer Kuhniano, do novo paradigma extraordinário e revolucionário, que jorra das Palavras do Mestre, no Monte. Creio que a contracultura cristã acontece quando salga e ilumina a cultura contemporânea prevalecente. Acontece quando cada cristão vive e pratica o ideário de Jesus naquilo que diz e faz, todos os dias. É ser um discípulo de Cristo no meio da multidão desgarrada e errante.
Conceito “básico” de CONTRACULTURA CRISTÃ: Cristianismo é, em sua essência, CONTRACULTURA. Além da grande obra de salvação e redenção da humanidade, Jesus quebrou diversos tabus e convenções, revolucionando todas as áreas da existência humana, desde a questão de relacionamentos interpessoais, ao relacionamento homem-mulher, a redenção da mulher na sociedade, o cuidado preferencial para com os fracos (órfãos, viúvas), a preocupação para com os pobres. Não é à toa que Jesus é considerado mártir também para grupos underground não ligados ao cristianismo: uns dizem que ele foi o primeiro hippie, outros dizem que foi o primeiro comunista (no melhor sentido de justiça social atribuído ao termo), outros dizem que Jesus foi punk etc. Infelizmente, porém, desde o século III, com a conversão do imperador romano Constantino ao cristianismo, a igreja cristã aliou-se, em diversos momentos, ao poder dominante, e sofreu todas as conseqüências, na maioria negativas, desse envolvimento. Assim, em diversos momentos da história percebe-se a igreja defendendo mais interesses ligados às classes dominantes do que as propostas transformadoras do cristianismo. Dentro do ramo evangélico, por exemplo, vê-se quão distante tornou-se a igreja do próprio significado da palavra protestante.
Juliano Fabricio
relendo o sermão do monte...