É claro que, através dos tempos, os pregadores fatalistas têm desprezado Jesus e manipulado essa história com a competência de um produtor cinematográfico, de tal modo que nos sentimos envergonhados por causa de nossos dízimos magros, atormentamo-nos com nossa infernal relutância em ofertar e voltamos para casa cheios de culpa, convencidos de que somos os tops da avareza.
Mais uma vez, percebemos como o moralismo incessante obscurece Jesus e transforma as boas notícias em más notícias. Pregadores petulantes nos inspiram a sermos incrivelmente rigorosos com nós mesmos. Não faríamos o que fazemos conosco nem a um cachorro.
E como observa o psiquiatra e teólogo Gerald May:
As pessoas mais religiosas têm tanto medo de parecer egoístas, que se submetem a crueldades internas inomináveis. E as que são mais egoístas se enchem de veneno e se submetem a punições com poder de autodestruição. Algumas são mais maldosas que outras, mas ainda não encontrei uma só pessoa em nossa cultura de hoje que de alguma forma não tenha imposto a si mesma um alto nível de crueldade.
A questão das ofertas deve ser tratada diretamente com Jesus, não com algum pregador covarde.
*Digressão: divagação, desvio de rumo ou de assunto e ainda subterfúgio. Tem origem no latim "digressione".
Fim da digressão.
Juliano Fabricio Lendo em
Brennan Manning - Confiança Cega
António Je. Batalha disse...
É verdade uns são fatalistas outros cruéis, ainda outros se estão tornando indiferentes, não falando dos imorais e incrédulos. A avareza ou a loucura do enriquecimento tem vindo a afastar o povo da verdade.
Abraço.
Peregrino E Servo.