[As bem-aventuranças pintam um retrato subversivo do cristão. ]
Primeiro, o vemos de joelhos diante de Deus, reconhecendo sua pobreza espiritual e chorando por causa dela. Isto o torna manso ou gentil em todos os seus relacionamentos, considerando que a honestidade o compele a permitir que os outros pensem dele aquilo que, diante de Deus, já confessou. Mas longe dele aquiescer(consentir) em seu pecado, pois ele tem fome e sede de justiça; anseia crescer na graça e na bondade.
O vemos, depois, junto aos outros, lá fora, na comunidade humana. Seu relacionamento com Deus não o faz fugir da sociedade nem o isola do sofrimento do mundo. Pelo contrário, permanece no meio deste, demonstrando misericórdia àqueles que foram golpeados pela adversidade e pelo pecado. Ele é transparentemente sincero em todos os seus relacionamentos e procura desempenhar um papel tão construtivo como pacificador. Mas ninguém lhe agradece pelos esforços; antes, é hostilizado, injuriado, insultado e perseguido por causa da justiça que defende e por causa do Cristo com o qual se identifica.
Tal é o homem ou a mulher que é "bem-aventurado"
Tal inversão de valores é clara na fala de Jesus e os seus métodos parecem ainda hoje uma confusão para os homens, pois exaltam o humilde e humilham o orgulhoso; chamam de primeiros, os últimos, e de últimos, os primeiros; atribuem grandeza ao servo, despedem o rico de mãos vazias e declaram que os mansos serão seus herdeiros.
A cultura do mundo e a contracultura de Cristo estão em total desarmonia uma com a outra. Resumindo, Jesus parabeniza aqueles que o mundo mais despreza, e chama de "bem-aventurados" aqueles que o mundo rejeita.
Juliano Fabricio
Desejando, portanto, oferecer mais compaixão e menos explicação,
almejando enfatizar a ternura e não a força do argumento.
E por fim, não pretendendo substituir abraço com discurso.
Um viva a boa e velha Contracultura!!!