Eu sei, a partir de minha própria vida, quão diligentemente tentei ser bom, aceitável, merecedor de estima e um exemplo digno para os outros.
Sempre havia o esforço consciente de evitar as armadilhas do pecado e o constante temor de ceder à tentação.
Mas com isso veio uma seriedade, uma intensidade moralista
- e até mesmo um toque de fanatismo -
que dificultou muito me sentir à vontade na casa do Pai.
Fiquei menos livre, menos espontâneo, menos alegre (...)
Quanto mais refletia sobre o filho mais velho dentro de mim, mais percebia quão profundamente enraizada esta forma de perdição estava e quão difícil era voltar para casa a partir daquele ponto.
Retornar depois de uma escapada luxuriosa parece muito mais fácil do que voltar para casa depois de uma amargura que se enraizou nos profundos meandros do meu ser.
Henri Nouwen