As relações humanas quase sempre são pautadas em subtrações (-)
O espaço dele termina onde o espaço dela começa.
O cargo dela está acima, o cargo dele está abaixo.
O dinheiro dele aqui, o dinheiro dela ali.
A casa dela é grande, o apartamento dele é pequeno.
Vão nos colocando métricas e limites que reduzem horizontes, assuntos e gestos. Que determinam fronteiras (visíveis ou não) e tornam o senso de propriedade mais importante que o valor da existência
– as pessoas por vezes querem se apropriar, como se “ter” fosse mais importante que “ser”.
O ser humano se reduz. Da metade para cá é o meu espaço, da metade para lá é o seu. Assim, meio a meio. Meia a meia. Penso que as relações humanas precisam de menos aquilo, mais isto.... enfim....
O espaço, quando verdadeiramente coletivo, divide-se.
As vontades, somadas, potencializam as chances da gente chegar juntos a um lugar (bem) melhor.
Matemática é emoção.
Aqui em casa é assim...
Tenho aprendido que a melhor herança que poderia imaginar para vocês já existe. São vocês mesmos, Sophia, José Miguel e Maria Flor
e a melhor para Sophia: José Miguel e Maria Flor são vocês;
e a melhor para o José Miguel: Sophia e Maria Flor são vocês;
e a melhor para a Maria Flor: Sophia e o José Miguel são vocês.
Juntos, vocês multiplicam amor (a decisão de ter mais de um filho foi impensada – e a mais acertada - multiplicamos). Solidão é lava (obrigado, Paulinho) que cobre tudo. E quando muitas coisas já não existirem mais, filhos, vocês ainda terão um ao outro para dividir, multiplicar e somar.
Juliano Fabricio
#paidetrês [aprendendo com a matemática das relações]