Existe um fluxo para a História e para a cultura. E o modo de pensar das pessoas é o fundamento e a fonte deste fluxo. As pessoas são únicas no mundo interior da mente – o que elas são em seu mundo de pensamento determina como elas agem. Isso é verdade tanto para o seu conjunto de valores quanto o é para a sua criatividade. É verdade para as suas ações coletivas, tais como suas decisões políticas, e é verdade para a sua vida pessoal. As conseqüências da sua cosmovisão fluem por entre os seus dedos ou através da sua língua em direção ao mundo afora. É verdade tanto para o formão de Michelangelo quanto para espada de um ditador. 

Todas as pessoas têm seu pressupostos, e elas vão viver do modo mais coerente possível com estes pressupostos, mais até do que elas mesmas possam se dar conta. Por pressupostos entendemos a estrutura básica de como a pessoa encara a vida, a sua cosmovisão básica, o filtro naquilo que a pessoa considera verdade acerca do que existe. Os pressupostos apoiam-se naquilo que a pessoa considera verdade acerca do que existe. Os pressupostos das pessoas funcionam como um filtro, pelo qual passa tudo o que elas lançam ao mundo exterior. Os seus pressupostos fornecem ainda a base para seus valores e, em conseqüência disto, a base para suas decisões. 

“Assim como pensa, assim um homem é” é de fato muito profundo. Um indivíduo não é mero produto das forças a seu redor. Ele tem uma mente, um mundo interior. Então, tendo pensamentos, uma pessoa pode agir no mundo exterior, exercendo influência sobre ele. As pessoas estão prontas para olhar para o palco das ações, esquecendo-se do sujeito “que vive na sua mente” e que, portanto, é o sujeito que de fato age no mundo exterior. É o mundo interior dos pensamentos que determina a ação externa. 

A maioria das pessoas “pega” seus pressupostos do contexto familiar e da sociedade circundante, da mesma maneira que uma criança “pega” sarampo. Entretanto, as pessoas uma pouco mais esclarecidas percebem que os seus pressupostos devem ser escolhidos após uma cuidadosa consideração de qual cosmovisão é verdadeira. Quando isso tiver sido feito, quando todas as alternativas tiverem sido exploradas, “não vai sobrar ninguém pra contar história” – isto é, embora haja grande variedade de cosmovisões ou pressupostos básicos. Estas opções básicas ficarão evidentes ao analisarmos o fluxo da história. 

Para entendermos onde estamos no mundo de hoje – em nossas idéias intelectuais e em nossa vida cultural e política – é preciso seguir três linhas distintas na História, que são a filosofia, a ciência e a religião. A filosofia busca respostas intelectuais para questões básicas. A ciência divide-se em duas partes: a primeira trata das manifestações do mundo físico, a segundo da posterior aplicação práticas das suas descobertas no campo tecnológico. A direção tomada pela ciência é determinada pela cosmovisão filosófica dos cientistas. As cosmovisões religiosas das pessoas também determinam os rumos de suas vidas individuais e da sua sociedade. 

[...] 

É importante notar a diferença que faz as cosmovisões das pessoas nas forças que elas manifestam à medida que são expostas às pressões da vida. O fato de terem sido os cristãos capazes de resistir às misturas e sincretismos religiosos e aos efeitos da fraqueza da cultura romana é prova da força da cosmovisão cristã. Tal força repousava no fato de Deus ser um Deus infinito-pessoal e no que ele diz no Antigo Testamento, na vida e nos ensinamentos de Jesus Cristo e no Novo Testamento que estava em gradual desenvolvimento. Ele havia falado de maneira que as pessoas podiam entender. Dessa forma, os cristãos não apenas tinham um conhecimento sobre o universo e a humanidade que as pessoas não conseguiam obter por si mesmas, como também tinham valores universais e absolutos, pelos quais deviam viver e pelos quais deviam julgar a sociedade e o Estado político em que viviam. E tinham fundamentos para atribuir dignidade e valor essencial, enquanto ser único, feito à imagem de Deus. 

[...] 

Uma cultura ou indivíduo com bases fracas só podem manter-se em pé se a pressão não for muito grande. Para efeito de ilustração, imaginemos uma ponte romana. Os romanos construíram pequenas pontes côncavas sobre grande parte dos rios da Europa. Há séculos, ou melhor, há dois milênios, milhares de pessoas e carros passam por sobre essas estruturas. Mas se alguém fosse atravessá-la hoje com caminhões fortemente carregados, elas não resistiriam. E a mesma coisa acontece com as vidas e sistema de valores das pessoas e das colunas que não têm base mais forte sobre a qual edificar do que a sua própria limitação. Elas até conseguem resistir a pressões não muito grandes, mas quando as pressões se acumulam, se então elas não tem base suficiente, acabam desmoronando – precisamente como uma ponte romana desmoronaria debaixo do peso de uma caminhão de seis eixos. A cultura e as liberdades das pessoas são frágeis. Se não houver base suficiente quando pressões como estas vêm, é uma questão de tempo – e muitas vezes não muito tempo – até o colapso. 

Francis Schaeffer - em seu livro Como Viveremos? via

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