Abaixo aponto alguns “absurdos” citados nos 4 evangelhos em nome da graça®
Lucas fala de um pastor que deixou suas noventa e nove ovelhas e mergulhou nas trevas para procurar uma ovelha perdida. Um ato nobre, realmente, mas pense um pouco na aritmética subjacente. Jesus diz que o pastor deixou as noventa e nove ovelhas "no deserto", o que presumivelmente significa que ficaram vulneráveis aos ladrões, aos lobos ou ao desejo inato de buscar a liberdade. Como se sentiria o pastor se retornasse com a ovelha perdida pendurada sobre o ombro apenas para descobrir que agora estavam faltando outras vinte e três?
Em uma cena também contada por João, uma mulher chamada Maria pegou 453 gramas (um ano de trabalho!) de um exótico perfume e o derramou sobre os pés de Jesus. Pense no desperdício. Uma gota apenas de perfume não faria o mesmo efeito? Até Judas podia perceber o absurdo: o tesouro agora escorrendo em fragrantes regatos pelo chão cheio de sujeira poderia ter sido vendido para ajudar os pobres.
Marcos registra uma terceira cena. Depois de ver uma viúva jogar duas moedinhas no cofre das coletas no templo, Jesus desprezou contribuições muito mais elevadas. "Eu lhes direi a verdade", ele observou, "essa pobre viúva colocou mais no tesouro do que todos os outros". (Espero que Ele tenha dito essas palavras baixinho, pois os doadores importantes não gostariam da comparação.)
A quarta história, de Mateus, envolve uma parábola que tenho ouvido em poucos sermões, por bons motivos. Jesus falou de um lavrador que contratou pessoas para trabalhar em suas vinhas. Algumas começaram ao nascer do sol, outras no meio da manhã, algumas na hora do almoço, outras no meio da tarde, e algumas outras uma hora antes de encerrar o expediente. Todos pareciam satisfeitos até a hora do pagamento, quando aqueles que trabalharam doze horas sob o sol causticante ficaram sabendo que os folgados, que mal haviam trabalhado uma hora, receberiam exatamente o mesmo pagamento. A atitude do patrão contradizia tudo o que eles sabiam a respeito de motivação para o trabalho e justa compensação. Era uma economia, pura e simplesmente.
Aprendi uma importante lição a respeito da graça.
Talvez ela tenha uma estridente nota de injustiça para alguns. Por que as moedinhas da viúva valeriam mais do que os milhões de um homem rico? E que empregador pagaria aos retardatários o mesmo que aos seus trabalhadores regulares?
Enfim... isso é graça® querendo ou não!!!
Juliano Fabricio
vivendo pela graça®