Instrua a criança segundo os objetivos que você tem pra ela e mesmo com o passar dos anos não se desviará deles. … A insensatez está ligada ao coração da criança, mas a vara da disciplina a livrará dela. Provérbios 22.6, 15
Longe de ser uma autorização para o uso da força bruta no ensino das crianças, os israelitas eram incentivados a colocar limites para que a criança fosse protegida e crescesse de modo sadio. A vara era usada para condução e acomodação do rebanho, era um instrumento de pastoreio.
De modo pejorativo compreendemos disciplina como castigo. Mas, disciplinar é ensinar, corrigir, colocar no prumo, acertar.
Os pais são os mais importantes disciplinadores de seus filhos. Disciplinar é pastorear os filhos ensinando o caminho em que a criança deve andar, sob a certeza de que aquilo que se aprende na infância se torna base existencial para toda a vida. Portanto, usar a vara não é bater nos filhos.
Creio que no processo de pastoreio-ensino-disciplina de uma criança são necessários a informação, o diálogo e a correção.
A informação é verbal e não-verbal. Aliás, as crianças “ouvem” mais o que fazemos do que o que dizemos.
Por isso, são nossos objetivos, nossos valores, nossos interesses, nossa maneira de ver o mundo que elas vão discernir. Se formos coerentes, seremos ouvidos.
O diálogo é a maneira de inserirmos os princípios no coração das crianças, porque conversar, discutir, abrir-se para ouvir, são demonstrações de valorização. As pessoas somente confiam em quem as valoriza.
E a correção se dá através da insistência da informação e da rigidez dos limites. Por isso que o ensino deve ser coerente, porque aquilo que se exige com coerência não perde sua força mesmo diante da tentativa de desobediência constante.
É verdade que isso envolve tempo, recursos, energia. Mas não tem outro jeito, porque se não for você, quem informará seu filho sobre os valores da vida serão as novelas, os desenhos, os “reality-shows”. Se não for você, quem dialogará com seus filhos serão as más companhias da rua. Se não for você, quem tentará corrigir seus filhos será a própria vida, de modo implacável e na maioria das vezes sem oferecer segunda chance.
Quem acompanha pastoralmente seus filhos, com dedicação e cuidado, está usando tempo, recursos, energia e interesse, como vara de disciplina. O que seus filhos observam em você hoje será levado para sempre no coração, podendo ser trauma ou boa lembrança de sabedoria e graça. Nisto reside a autoridade de ser pai e mãe. E por mais difícil que pareça, Nosso Pai Eterno está conosco, com sua vara e seu cajado, nos consolando e nos dando sabedoria, para cuidarmos de nossos filhos como filhos dEle também.
Dy Luz Pockrandt disse...
Que texto lindo!! Nunca pensei na vara como pastoreio, mas vara era vara de marmelo mesmo... muito reflexivo isso...
Obrigada por compartilhar o texto do Alexandre sempre sábio ele...