O que eu estou chamando aqui de errante é o que caminha sem propósito, simplesmente espera a vida passar… Segundo o Aurélio: “o que erra, vagueia, nômade”. Dentro do contexto bíblico, Sansão, por exemplo, preso a moinha nos últimos anos de sua vida. Juizes 16.21, ou, como o povo peregrinando no deserto por 40 anos. Toda uma geração apenas esperando pela morte. Êxodo 16.35.
Entendo que hoje, muitos cristãos vivem como errantes. Apenas eixando a vida passar ou simplesmente acontecer. A dinâmica da fé e da própria vida foi posto em ponto morto e, qualquer direção “tá valendo!”. Nossa sociedade moderna (ou se preferir pós-moderna) é caracterizada pela:
DESCRENÇA. É uma sociedade cética. Indiferente as preocupações de natureza transcendental. O homem moderno é menos religioso. No Censo de 2000, 12,5milhões de pessoas se declararam sem religião, provavelmente influencia do dinheiro e do bem estar; influencia da mídia, influencia das escolas secundaristas e cursos superiores, enfim… É mais descrente porque aprendeu a viver bem sem Deus e dele não precisa!
PLURALISMO. O nosso modo de sentir, pensar e agir tende a acompanhar a sociedade que vivemos. Ao ponto de que se quisermos ser normais nessa sociedade teremos de nos deixar secularizar. O homem moderno que é CIDADÃO DO MUNDO – não tem Pátria, sendo de todos não pertence a ninguém! Este homem pós-moderno vive numa sociedade-supermercado – sob o império das diferenças, conformou-se ao habito de escolher nas prateleiras da vida. Consumidor e consumista. São volúveies – não resiste a uma oferta, uma promoção, uma novidade; superficiais – como uma borboleta, esta sempre de passagem para a próxima flor; hedonistas – sempre o critério de escolha é o prazer pessoal, intimo e intransferível; iconoclastas – Não respeitam as tradições. Nada lhe parece digno de culto ou reverência.
O homem pós-moderno, numa sociedade pluralista, acredita que não deve satisfação a ninguém, não precisa aguentar ninguém, não aceita intromissões, não deseja relações profundas ou duradouras. É no PIOR SENTIDO, LIVRE, LEVE E SOLTA – na verdade ela é órfã!
MIDIÁTICA. Um mundo que se familiarizou com a Internet e, questiona toda informação que não possua comprovação de credibilidade. Desconfiados… onde o relacionamento está a um “click”. Onde os vínculos são efêmeros.
DOENTE. Goethe em 1806, escreveu a história de FAUSTO. Ela retrata a vida de um médico e intelectual alemão, que entendiado e desiludido com o conhecimento que não lhe deu significado, e com a vida que não tinha mais sentido, faz um pacto com o demônio. Mefistófeles, se oferece para atender todos os seus desejos e vontades. Então ele se entrega aos prazeres nos vinte e quatro anos que fica sem envelhecer, em virtude do pacto que fizera, assinado com seu próprio sangue. No fim desse tempo, é levado para o inferno e a morte. Essa história de Fausto é considerada um símbolo cultural da modernidade.
A busca obsessiva pela auto-realização tem levado o ser humano a pagar um peço muito alto para consegui-la. Neste vale-tudo da satisfação imediata, as pessoas se entregam sem limites e sem controle: Seja a dieta, ao sexo, ao consumo, a malhação… Tudo é feito com intensidade, sem uso da razão ou do bom senso, e com um custo espiritual, emocional e físico muito elevado. Corpo e alma são expostos a demônios modernos. O nome dessa doença? PECADO.
O convite bíblico é para uma PEREGRINAÇÃO. “Não vos conformeis a este mundo”, é uma das propostas. E para trocarmos o status de Errante para Peregrino, proponho:
1. A Prática de uma fé integra e bíblica.
Isso implica, não só acreditar nas promessas, mas nas exigências do evangelho.
2. A ênfase da nossa apologética.
Estudar a Bíblia com profundidade e critério, a fim de possuir e oferecer argumentos sólidos sobre a veracidade e relevância do cristianismo e da visão cristão sobre a vida.
3. Viver com coerência.
Coerência entre fé e conduta, lembrando que os exemplos valem mais que muitas palavras.
Precisamos de um renovado empenho em testemunhar nossa fé e nos mantermos relevantes no mundo.
Juliano Fabricio Via