Durante toda a história cristã, o amor e o poder coexistem em conflito.
Por esta razão, preocupo–me com o crescimento do poder no movimento evangélico. Houve tempo em que ou nos ignoravam ou zombavam de nós. Hoje, os evangélicos são mencionados frequentemente nas notícias e são bajulados por todos os políticos.
Vários movimentos políticos surgiram com características claramente evangélicas. Considero esta tendência ao mesmo tempo encorajadora e alarmante. E por que alarmante? Apesar dos méritos de determinada questão – quer se discuta a legalização do aborto, a causa gay ou a preservação ambiental –, os movimentos políticos trazem o risco de colocar sobre si a capa do poder que asfixia o amor. Um movimento, por sua natureza, estabelece barreiras, faz distinções, julga.
O amor, pelo contrário: derruba barreiras, supera distinções e concede a graça.
Com toda certeza, não defendo uma atitude de avestruz, ou seja: esconder–se das questões que confrontam os cristãos em uma sociedade secular. Estes assuntos precisam de ser encarados, tratados, e é necessário legislar sobre eles. Mas as palavras de Paulo continuam a me perseguir:
Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.
De alguma forma, como igreja precisamos de encarar o poder com humildade, temor e amor ardente por aqueles que estarão sob nossa autoridade, a não ser que não nos importemos em ver o poder ser minado, como aconteceu com líderes religiosos “bem–intencionados” que nos precederam.
Jesus não disse que todos saberiam que somos seus discípulos se aprovássemos leis justas, dominássemos a moralidade, restaurássemos a decência familiar e governássemos com integridade. O que Ele disse é que saberiam que somos discípulos dEle se nos amássemos uns aos outros (João 13:35).
Ele fez essa afirmativa na noite anterior à sua morte. Em nenhuma outra situação o estilo contrastante do poder de Deus e do poder humano foi tão evidente. O humano, representado pelo poderoso Império Romano e a força das autoridades religiosas judaicas, colidiram de frente com o poder de Deus. Surpreendentemente, naquele momento Deus escolheu, deliberadamente, o caminho do desamparo. Poderia ter convocado dez mil anjos, mas não o fez. Ao olhar para aquela noite sombria, e também para outras noites sombrias de toda a história, fico maravilhado com a moderação demonstrada por Deus.
Acredito em que Deus se contém por um motivo: Ele sabe da limitação inerente a qualquer forma de poder. A força pode fazer tudo, exceto o mais importante: não pode suscitar o amor.
Enfim... O amor não funciona de acordo com as regras do poder.
Juliano Fabricio
entendendo o tudo posso
do apostolo PAULO
Eduardo-Alencar disse...
Gostaria de parabenizar por este incrivel site que você dedica seu tempo, conheci muito recentemente e estou maravilhado com os seus pensamentos e pontos de vista diante da obra de Jesus Cristo, fico de certa forma feliz por que agora não me sinto mais tão sozinho, pois agora sei que não sou o unico que tem essa visão maravilhosa do nosso Grande Criador.
Paz de Cristo.