Abrão deixa Harã
"a tua terra, a tua parentela e a casa de teu pai" 

...e embarca numa jornada que nunca fizera a uma terra que nunca tinha visto. Ele se põe a caminho, não porque é capaz de prever o papel que irá desempenhar na história da salvação, mas simplesmente por causa de sua experiência pessoal, a experiência espiritual de Deus falando com ele. Não há programa que ele possa detalhar; nenhuma percepção histórica em que ele possa apoiar sua decisão; nenhum modelo pelo qual ele possa obter uma identidade psicológica. A experiência espiritual tornou-se uma convocação: é Deus que ordena. E o futuro é de Deus. Deus, no tempo certo, lhe mostrará a terra. Deus o tornará pai de uma nação.

Apenas Deus fará de sua vida uma benção para todos os miseráveis e desorientados filhos desta terra.

O que é decisivo neste momento para Abrão não é uma visão dos próximos vinte anos, mas uma qualidade de experiência vivida, uma influência presente de Deus. Isso toca o coração da fé: crer num Deus pessoal que me chama e me conduz. Abrão obedece ao chamado. Por enquanto, o chamado basta. Tivesse ele exigido saber mais detalhes e aspectos práticos do plano estratégico, teria demonstrado a antítese da fé, pois a fé não é jamais baseada em seguranças humanas.

A jornada do homem que viria a ser conhecido como Abraão é paradigma de toda fé autêntica. E um movimento na direção da obscuridade, do indefinido, da ambigüidade, e não de um plano predeterminado e claramente delineado para o futuro. Cada determinação futura, cada passo seguinte, manifesta-se apenas pelo discernimento da influência de Deus sobre o momento presente. 

"Pela fé, Abraão, quando chamado, obedeceu, a fim de ir para um lugar que devia receber por herança; e partiu sem saber aonde ia" (Hb 11:8).

Se há algo que aprendi na minha caminhada, é que a jornada de Harã para Canaã é pessoal. Cada um de nós traz consigo a responsabilidade de responder ao chamado de Cristo individual e de comprometer-se com ele pessoalmente.

#teste provocativo de fé: A minha relutância em fazer a oração de abandono de Charles de Foucauld (beato católico francês) — "Pai, faça o que quiser" — revela que estou ainda sob o domínio do ceticismo e do temor: Deixar que Deus faça o que quiser comigo pode ameaçar minha saúde, minha reputação e minha segurança. Ele pode me tirar o relógio Rolex e me enviar para a Tanzânia como missionário. Se ele ao menos me deixasse permanecer no templo do que me é familiar eu me confiaria a ele de todo coração.

Juliano Fabricio
Tentando ser digno da herança de Abrão.

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