Como muita crítica, vejo um padrão perturbador naquilo que fazemos com os líderes religiosos atualmente. Premiamos a todos com aplauso, fama, atraentes “contratos” e uma enxurrada de convites de discursos e aparições na mídia. Fazemos com que nossos pastores trabalhem como psicoterapeutas, oradores, sacerdotes e altos executivos. Quando um líder demonstra perspicácia acima da média, acenamos com a tentação de um programa de rádio ou de televisão completo, com uma máquina de levantamento de fundos para tocar a organização.
Em resumo, nós, de dentro da Igreja, copiamos descaradamente o modelo secular de propaganda enganosa da mídia e do crescimento da corporação.
Fico pensando em quão mais eficazes eles seriam se os encorajássemos a reservar mais tempo a suas esposas e filhos e em muitas coisas simples que se sentem culpados ao pratica-las.
Para se ter uma ideia, nesse exato momento milhares de pastores estão servindo nas igrejas em todo o mundo, e em sua grande maioria estão inseridos nas seguintes estatísticas*** que revelam os perigos mortais da posição que ocupam:
94 % sentem-se pressionados a ter uma família ideal.
90 % trabalham mais de 46 horas por semana.
81 % reportam uma insuficiência de tempo com seu cônjuge.
80 % crêem que o ministério pastoral prejudica a família.
70 % não têm o que se considera um amigo íntimo.
70 % têm menos auto-estima agora do que tinham quando entraram no ministério.
50 % sentem-se incapazes de cumprir as necessidades de sua posição.
80 % estão desanimados ou tratando de uma depressão.
40 % reportam sofrer pela timidez, horários frenéticos e falsas expectativas.
33 % consideram o ministério pastoral um perigo para a família.
33 % consideraram renunciar suas posições durante o último ano.
40 % das renúncias pastorais devem-se ao vácuo (a chama se apagou).
***Este número foi extraído do Barna Research Group (East Hillsborough Christian Voice, February 2002, p. 3). Metade destas igrejas tem menos de 100 membros ativos (“Flocks in Need of Shepherds”, The Washington Times, July 2, 2001).
Juliano Fabricio
Sem dourar a pílula