O que, então, estou tentando fazer?
Simplesmente apagar um grande desentendido pelo qual o cristianismo é culpado. Tem se desenvolvido uma espécie de corpo que praticamente todos os grupos cristãos aceitam, mas que não tem nada em comum com a mensagem bíblica, seja na Bíblia Hebraica, que chamamos de Antigo Testamento, ou nos evangelhos e epístolas do Novo Testamento.
Todas as igrejas respeitam escrupulosamente e oferecem suporte à autoridade do Estado.
Elas transformaram o conformismo em uma grande virtude.
Elas toleraram injustiças sociais e a exploração de pessoas umas pelas outras, declarando que é vontade divina que alguns sejam senhores e outros servos, e que sucesso sócio-econômico é um sinal externo de bênçãos divinas.
Elas inclusive transformaram uma Palavra de liberdade e libertação em moralidade, o mais espantoso aqui é que não pode existir uma moral cristã se realmente seguirmos o pensamento evangelizador.
O fato é que é muito mais fácil julgar erros de acordo com uma moral estabelecida do que enxergar as pessoas como um todo vivo e entender porque elas agem como agem.
Finalmente, as igrejas instituíram um clero equipado com conhecimento e poder, embora isso seja contrário ao pensamento evangelizador, como foi inicialmente realizado quando os clérigos eram chamados de ministros, o ministério sendo serviço e o ministro um servo dos demais.
Juliano Fabricio lendo o polêmico livro
[Anarquia e Cristianismo de Jacques Ellul]