Um homem magro, baixinho, calvo, feio, sexagenário. Ele caminha a pé, descalço, numa viagem de 300 quilômetros a serem vencidos. Poderia ter feito a viagem de trem.
Por razões só conhecidas do coração, preferiu ir a pé.
Não queria chegar logo.
O importante não era o que todos pensavam que ele iria fazer, ao chegar; eram os sentimentos e pensamentos dos milhões que seguiam, nos sonhos, enquanto ele ia...
Daqueles sentimentos e pensamentos um povo iria nascer.
seu nome: Mahatma Gandhi.
O governo inglês havia proibido aos indianos de produzir o seu próprio sal, para obrigá-los a comprar dos dominadores aquilo que o mar oferecia como dádiva. Como os magos, o magro corpo solitário seguia uma estrela que apontava para o mar.
E enquanto ele ia, o povo dizia:
Que coragem! Que loucura! Conseguirá?
Até que chegou ao destino proibido, e fez então o gesto fraco, prometido: tomou, na concha das mãos, um pouco de água do mar!
Ah! Como os políticos se riam! Todo aquele suor e cansaço por causa daquela agüinha com sal... Olhavam para a água que se escoava entre os dedos e não viam o povo que nascia. Não era o sal que importava. Importava que os indianos encolhidos ganhassem coragem para lutar. E o povo inteiro tremeu, chorou, e se descobriu bonito, e ficou alegre, e virou guerreiro.
É preciso ter alegria para saber guerrear... Povo, para existir, há de se sentir bonito. Há de ter sonhos, dizia Santo Agostinho. Há de marchar com a banda, dizia o Chico. Há de seguir a canção, dizia o Vandré. É isso que o povo pede de nós, dizia o poeta Tagore, uma canção...
"Quando me desespero, eu me lembro de que, durante toda a história, o caminho da verdade e do amor sempre ganhou. Têm existido tiranos e assassinos, e por um tempo eles parecem invencíveis, mas no final caem. Pense nisto, sempre" Gandhi
A Marcha do Sal ou Satyagraha do sal foi um ato de protesto contra a proibição, imposta pelos britânicos, da extração de sal na Índia colonial. Mahatma Gandhi caminhou de Sabarmati Ashram a Dandi, para pegar um pouco de sal para si. Um número muito grande de indianos o seguiu, mas os britânicos nada puderam fazer contra ele, pois não havia incitado os outros a seguirem-no. A marcha ocorreu de 12 de março até 6 de abril de 1930.
Juliano Fabricio
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